"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

quinta-feira, 16 de abril de 2009


De Morais:
"e quando tudo acabar? será o fim?" como tudo que acabou ultimamente, (quase) percebemos que a existencia é circular.. ad infinittum.


De Barros:
"ou o tempo é circular ou o futuro é o passado e o passado é o futuro.
e toda essa estranheza que sentimos com o tempo se dá pelo consenso social de

acreditar num futuro que seguirá, baseado na esperança, e num passado cheio de

memórias deturpadas, como sugere Borges de maneira semelhante em seu A História da

Eternidade.
o tempo, circular que seja, ou aleatório (gosto mais desta opção), ou labiríntico,

contrário...
o importante é senti-lo.
e por mim parece que este - o tempo - vem cruzando meu corpo como se a matéria que o

compõe fosse realmente transcendental (do meu corpo), pois sinto-me atravessado pelo

tempo, pelo mundo, pelas pessoas..
até pelas palavras, quando ouso tocá-las ou apenas olhá-las.
acho que essa palavra é bem cabível neste instante, "atravessado".
como João Cabral de Melo Neto inicia seu poema sobre o Capibaribe, "como uma espada

atravessa uma fruta, o rio atravessa a cidade". essa imagem me vem à mente e deveras

me satisfaz cognitivamente, me parece bela e atravessada.
eu, sinto o tempo atravessar-me. como uma espada à uma laranja.
o que tento é pegar o cabo deste tempo-espada quando ele passa por mim e utilizá-lo

como asas, ou barco, veículo pra ir a um outro espaço no tempo. num outro instante.
o que tento é perceber o instante como suficiente ao suprimir o futuro e o passado.
como num tempo circular, onde o agora volta, então precisa ser bem desejado e

abraçado. na velha idéia do eterno retorno e vontade de potência mesmo.
numa ode ao tempo do instante.
num viva de hoje.
e para o amanhã deixo apenas o amanhã.




marcus."

sábado, 4 de abril de 2009















Adiquiri através da rede de sebos virtuais estantevirtual.com.br mais uma grande obra por preço bastante acessível, desta vez uma do velho fantástico Borges.
"O Livro dos Sonhos" é uma compilação de textos selecionados, parafraseados e visitados por Borges sobre o tema que o próprio título propõe.
O livro chegou ontem. Ainda não dormi desde então, porém me senti sonhar um pouco, mesmo que acordado, algo como uma vigília permeada de entressonhos.
O foleei algumas vezes e peguei alguns fragmentos aleatoriamente.
Aqui, coloco alguns momentos que me peguei relendo por ter me visto interessar bastante sobre tal excerto escolhido (sobre alguns trechos).



"La vie est un sommeil, l'amour en est le rêve..."

("A vida é um sono, o amor é o sonho dele...", Shakespeare)




O sonho do rei

- Agora está sonhando. Com quem sonha? Sabes?
- Ninguém sabe.
- Sonha contigo. E se deixasse de sonhar, o que seria de ti?
- Não sei.
- Desaparecerias. És uma figura de um sonho. Se esse rei despertasse, tu te apagarias como uma vela.
(Lewis Carroll, Aventuras de Alice através do espelho, 1871)




O consciente e o inconsciente

Em sua autobiografia, Jung conta um sonho impressionante (mas qual não o é?). Achava-se em frente a uma casa de oração, sentado no chão e na posição de lótus, quando notou a presença de um iogue mergulhado em profunda meditação. Aproximou-se e viu que o rosto do iogue era o seu. Aterrorizado, afastou-se, acordou e se pôs a conjecturar: é ele que medita; sonhou e eu sou o seu sonho. Quando ele despertar, eu já não existirei.
(Rodericus Bartius, Os que são números e os que não o são, 1964)






marcus tulius.
(Foto: Hassan Farahani)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

peixebola

se garante..

Série: "visita ao dicionário"




















ojeriza s. f.
Má vontade contra alguém.
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solilóquio s. m.
Monólogo.
- - -
heurística s. f.
1. Arte de inventar ou descobrir.
2. Emprego do processo heurístico.

heurístico adj.
1. Relativo à heurística.
2. Diz-se do processo pedagógico de encaminhar o aluno a descobrir por si mesmo a verdade.
- - -
ontologia s. f.
1. Teoria metafísica do ser.
2. Med. Doutrina (oposta à fisiológica) que abstrai as doenças dos fenómenos regulares da vida.

ontológico adj.
Relativo à ontologia.
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concupiscência s. f.
1. Desejo imoderado de satisfazer a sensualidade.
2. Apetite sensual.
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abscôndito adj.
Part. irreg. de absconder. Escondido.

absconder v. tr.
Esconder.
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loquaz adj. 2 gén.
1. Verboso; muito falador.
2. Eloquente.
3. Fig. Que produz grande rumor.

loquacidade s. f.
1. Qualidade de loquaz.
2. Hábito de falar excessivamente.
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pária s. m.,
a casta ínfima entre os Hindus e desprezada por todas as outras castas;
fig.,
homem desprezado ou repelido pela sociedade.
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sempiterno adj.,
que não teve princípio nem há-de ter fim;
perpétuo; eterno.




marcus tulius.