quinta-feira, 29 de novembro de 2007
beatles careta
quando o olho busca mais uma nota musical
uma nota que demonstre aqueles tons agudos de intensidade viva
ele acha um careta
ah, se fosse um careta daqueles que se põe fogo na ponta e se traga
que se tira fumaça e nicotina
seria ótimo..
mas é apenas um cara e uma garota careta
daqueles que passam a vida e não descobrem sequer que estão vivos
ou que podem estar se quiserem
caretas..
caretas...
que pena tenho desses caretas
há quem queira mudar o futuro do mundo
ou a vida dos alheios.. nao nao
agora, enquanto penso sobre ter pena,
me toco que na verdade o que sinto é indiferença
indiferença é um sentimento tão forte, não é?
parece que se olha de cima pra baixo..
mas não... só olho um ser dotado de energias e calor pra se descobrir
e descobrir o mundo, as cores, o vento, o tudo que paira por ai
e ele apenas desperdiça..
mas também porquê não desperdiçar né?
quem disse que temos que aproveitar tudo tudo?
hã?
acho que o segredo é descobrir nossos semelhantes e nos unirmos à eles
juntar as forças dos que adoram descobrir
dos que adoram viver e aprender
aprender seja o que for,
aprender a desaprender. a ser careta. a nascer outra vez
e outra vez..
eu já nasci tantas outras vezes que nem sei mais
nem sei mais que diferença faz
nascer e morrer outra vez
[texto sem métrica. nem sentido]
não fui eu que escrevi.
marcus
terça-feira, 27 de novembro de 2007
joão de castro e suas belas formas..
"suas" porquê a beleza da forma tá em quem a enxerga, em quem olha.. e isso ele sabe.. olhar e captar, deixando com que nós também apreciemos tal beleza..
preto no branco,
preto no belo,
belo no branco.
mais um ode a fotografia,
do corpo,
um ode ao corpo.
o corpo só é belo porquê há algo muito vivo dentro,
quando é vazio se torna plástico, e pra plástico não existe beleza.
o corpo só é belo quando há algo bem muito vivo fora,
quando é vazio, perde, cai, frouxa..
e quando se tem beleza dentro e fora...
aí eu chamo de arte.
marcus T.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
pro poste ai em baixo
um poste
é a pulga de um pôr-do-sol
é a espinha de uma fotografia
é o que me lembra que no mundo existe
. gente que suja
. gente que consome
. gente que gasta
. e que come
eu como
mas não como o mundo
eu sujo, mas sujo a mim mesmo
o poste suja a vista
suja a casa, liga a televisão
e desliga a visão
só fica a tele
suja
tela suja
o poste
aposto
que não gosto
marcus T.
é a pulga de um pôr-do-sol
é a espinha de uma fotografia
é o que me lembra que no mundo existe
. gente que suja
. gente que consome
. gente que gasta
. e que come
eu como
mas não como o mundo
eu sujo, mas sujo a mim mesmo
o poste suja a vista
suja a casa, liga a televisão
e desliga a visão
só fica a tele
suja
tela suja
o poste
aposto
que não gosto
marcus T.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
relato do êxtase
o primeiro passo pra encontrar seja o que for além dos limites entre você e todo o mais é encontrar a si próprio.
se encontrar ali, na frente de um sol que nasce púrpuro, contemplando-o sentado numa areia que de tão confortável faz desnecessário qualquer cama ou sofá.
descobrir que tem-se pele, e que essa é macia como um broto de algodão.
aprender a espreguiçar-se e a tocar o outro.
quem precisa de espelho precisa de palavras.
ao esquecer a existência de um objeto chamado espelho encontramo-nos mais do que podiamos imaginar, ao ponto de estabelecer comunicação sem qualquer palavra durante horas; ou quem sabe, dias.
seja ao desviar-se um olhar ou ao coçar o nariz, ou até ao soltar um sorriso ínfimo, posso dizer muito mais do que se diz "falando" ou "escrevendo".
as perguntas e respostas são sentidas, percebidas, notadas; e não faladas.
as experiências são vividas e não relatadas.
as explicações nunca são completas. quem as escuta sempre tem uma grande defasagem no entendimento do "explicado".
é um grande problema achar que o verbo é a melhor forma de comunicação que concerne ao homem.
eu quero sentir até adormecer, até ter cãibras.
e quero sempre estar junto dos que sentem, aprendendo e ensinando esse verbo (mesmo sem chegar a verbalizá-lo) .
marcus T.
se encontrar ali, na frente de um sol que nasce púrpuro, contemplando-o sentado numa areia que de tão confortável faz desnecessário qualquer cama ou sofá.
descobrir que tem-se pele, e que essa é macia como um broto de algodão.
aprender a espreguiçar-se e a tocar o outro.
quem precisa de espelho precisa de palavras.
ao esquecer a existência de um objeto chamado espelho encontramo-nos mais do que podiamos imaginar, ao ponto de estabelecer comunicação sem qualquer palavra durante horas; ou quem sabe, dias.
seja ao desviar-se um olhar ou ao coçar o nariz, ou até ao soltar um sorriso ínfimo, posso dizer muito mais do que se diz "falando" ou "escrevendo".
as perguntas e respostas são sentidas, percebidas, notadas; e não faladas.
as experiências são vividas e não relatadas.
as explicações nunca são completas. quem as escuta sempre tem uma grande defasagem no entendimento do "explicado".
é um grande problema achar que o verbo é a melhor forma de comunicação que concerne ao homem.
eu quero sentir até adormecer, até ter cãibras.
e quero sempre estar junto dos que sentem, aprendendo e ensinando esse verbo (mesmo sem chegar a verbalizá-lo) .
marcus T.
Assinar:
Postagens (Atom)