o primeiro passo pra encontrar seja o que for além dos limites entre você e todo o mais é encontrar a si próprio.
se encontrar ali, na frente de um sol que nasce púrpuro, contemplando-o sentado numa areia que de tão confortável faz desnecessário qualquer cama ou sofá.
descobrir que tem-se pele, e que essa é macia como um broto de algodão.
aprender a espreguiçar-se e a tocar o outro.
quem precisa de espelho precisa de palavras.
ao esquecer a existência de um objeto chamado espelho encontramo-nos mais do que podiamos imaginar, ao ponto de estabelecer comunicação sem qualquer palavra durante horas; ou quem sabe, dias.
seja ao desviar-se um olhar ou ao coçar o nariz, ou até ao soltar um sorriso ínfimo, posso dizer muito mais do que se diz "falando" ou "escrevendo".
as perguntas e respostas são sentidas, percebidas, notadas; e não faladas.
as experiências são vividas e não relatadas.
as explicações nunca são completas. quem as escuta sempre tem uma grande defasagem no entendimento do "explicado".
é um grande problema achar que o verbo é a melhor forma de comunicação que concerne ao homem.
eu quero sentir até adormecer, até ter cãibras.
e quero sempre estar junto dos que sentem, aprendendo e ensinando esse verbo (mesmo sem chegar a verbalizá-lo) .
marcus T.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
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