"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O ser humano vivo é o ser da solidão... Mesmo a exemplo da comunhão, à interação substancial não totaliza uma intensidade que existe em si quando expressamo-nos por ferramentas da “manifestação” emotiva que dispomos. Para tal eu digo apenas que NÃO... O sexo, a falácia, a arte, a escrita, manifestações mutua de intensidades imanentes, jamais serão coerente nas relações ao nível de energia que cada ser em si se apercebe sobre suas emoções, seus desejos, em suas limitações. Talvez por isso que se traia. Coerentemente se traia ao preço de uma busca e constructo fruto da existência interativa, ou por minhas próprias palavras: o ato da “afetuose circular”. O mínimo de empatia no homem é a ponta contraditória dessa negação, o aspecto otimista. Algo muito saudável que viabiliza interagir dando margem e possibilidade à incompreensão, que gera insatisfação, angustia, e novas manifestações; quando assim se tem força e não se adoece. Este viés de Solidão está na visão e silencio de cada olho voltado ao mundo, cada eu em si, como depositante de energias a coisas vigentes: na força do agir mais simples até seu ápice conotativo. O ato de negação à inata absoluta “incompletude” dessa afetuose circular afirma a existência doentia e fragilizada dessa “Solidão inautentica”, onde o ser em seu isolamento necessita do espelho, seja o objeto ou o outro, apenas como vislumbre de suas “superfícies” em cegueira a seus destroços inutilizados pela força das imposições padrão circunspecta ao seu meio em toda uma existência idealizada sobre o princípio da busca do constante prazer aos moldes de uma estagnação do "real espírito de valor": aquele que sangra constantemente, e prossegue, supera-se. É preciso se perceber e saber “solidar” em conflitos com as frustrações ante os "objetos energizados", para assim organizá-los, ou seja, aquilo que se foi depositado nessa afetuose circular ser então maleável. E como premissa não se deve esquivar da relação sujeito e tempo, somos sujeito do/para o tempo, somos "parto eterno". Assim ocorre as mudanças das causas afetadas, afetivas, subjetivadas, insidiosas, como superação do já corpo-dejecto desse homem, jogando-se para fora no tempo e observando os espaços, na prática do seu inverso, de seu sentido contraditório.

Na fotografia: o ato do sujeito da Solidão vivo, num momento de afetuose circular.




















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