Júlio Cortazar define o fantástico:
“Uma coisa muito simples, que pode acontecer em plena realidade cotidiana, neste meio-dia ensolarado, agora, entre você e eu, ou no metrô, quando você estava vindo para esse nosso encontro.
Trata-se de algo absolutamente excepcional, concordo, mas que não tem por que ser diferente, em suas manifestações, da realidade que nos envolve. O fantástico pode acontecer sem que haja uma mudança espetacular das coisas.
Para mim, o fantástico é, simplesmente, a indicação súbita que, à margem das leis aristotélicas e da nossa mente racional, existem mecanismos perfeitamente válidos, vigentes, que nosso cérebro lógico não capta, mas que em certos momentos irrompem e se fazem sentir”.
(BERMEJO, 2002, p.43)
BERMEJO, Ernesto Gonzáles. Conversas com Cortázar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
A pedido de De Morais, que queria mais "cortazidades".
Que, aliás, nunca acabam. As cortazidades, ou cortaziscências, são absurdas e inacabáveis.
São um gozo para os que vêem na literatura uma saída para o pesar sobre a vida. Com a literatura é menos difícil aturar a vida. Ou, como um grande professor meu diz, "literaturando a vida".
Marcus.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
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Um comentário:
definições e Definições. Cada um que lance a sua ao horizonte. O que podemos fazer com isso é abraçar a oportunidade de acumular saberes amarrados, e equacionar o que foi dito com o que nós especulamos: desamarrar e fazer sugir um produto legítimo que bem se aplique em nós, para então se lançar a um novo horizonte uma seguinte''metamorfoseada'' definição.
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