"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

a partir do que está abaixo


o pessimismo é um dos mais delicados conceitos a se discutir. talvez, até, parte de um discurso que nunca pode ser compreendido por completo, descoberto nem explicado. 
mas, não posso deixar de comentar que ele sempre anda ao meu lado, como uma sombra, que às vezes, com a luz vindo de vários lados, desaparece e se torna quase que imperceptivel, e por outras vezes, com apenas uma luz direcional, se torna tão evidente.. 
porém também acredito que o bom convívio, até com esse pessimismo, me leva a continuar os passos seguidos de outros passos, até quem sabe quando, mudando de caminhos, seguindo outros antigos caminhos, novos caminhos, atalhos, labirintos... 
no labirinto me sinto desenvolvendo como que um poder sobre a família das decisões; no labirinto, assim como na ilha, me vejo numa espécie de casulo, ou de escafandro, onde me penso, me repenso, me medito e que por vezes saio à caça. 
meu pessimismo eu abraço como um amigo, que pode me dar lições como um pai (que não há) e que por vezes me deixa liberto (como um pródigo) pra ir onde quiser. apesar de não esquecer que sempre estou voltando pra casa. 
é como uma tristeza confortável, que por tanto é tão semelhante à felicidade, que até se define em tal conceito alegre.  
não posso deixar de salientar que meu sono é tranquilo, acho que isso minimiza a confusão.




marcus.

3 comentários:

Rodrigo de Morais disse...

Não me foge a impressão de ter num primeiro momento ante as apreensões das coisas,
um sentimento de aliança, como acepção ao pessimismo que sai de mim sobre
minha cultura, sobre a causa do mundo hoje ante minha pessoa... porém, esse primeiro impacto eu posso também reparar como “peneira da reflexão”. como se, partindo do pressuposto desta delicada questão a priore, sobre os fatos e afetos, eu pudesse reparar melhor ou mais claramente, tudo que pode também fugir a esta - quando se é - “ falsa impressão” ... O que também me cala! Levando as mãos a cabeça em relação ao que por ela adentra como sugestão, ou até imposição, num primeiro momento... Do meu ponto de vista Este “sentimento delicado” em suas diversas facetas demonstra-se um “bem-aplicável” se digerido for, ao tema o qual se atrela, na posição de ser Pensado, refletido... O que não é aplicado no caso das paixões, que quase sempre se apreende através do Belo reparado, admirado... Não posso me dizer pessimista de forma integral, mas posso sim, no que diz respeito ao parâmetro da racionalidade, falar do uso de sua causa para análise circunspeta daquilo que é uma observação crítica, analisada...
Isso já é de mim, estrutural...

Rodrigo

Gilson disse...

"não posso deixar de salientar que meu sono é tranquilo, acho que isso minimiza a confusão."

risos :)

Gilson disse...

"Sorrir doendo é uma forma de existir ardendo."

encontrei essa frase em um poema de rodrigo que ainda nao havia lido. interessante ela, nao?