"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

pro poste ai em baixo

um poste

é a pulga de um pôr-do-sol
é a espinha de uma fotografia
é o que me lembra que no mundo existe
. gente que suja
. gente que consome
. gente que gasta
. e que come

eu como
mas não como o mundo

eu sujo, mas sujo a mim mesmo

o poste suja a vista
suja a casa, liga a televisão
e desliga a visão
só fica a tele

suja
tela suja

o poste
aposto
que não gosto





marcus T.

3 comentários:

Gilson disse...

Gostei muito de seu jogo de palavras e acho que captei bem a idea do texto. Mas o poste nao me ofende. Ele liga meu som, meus pedais, aquece a agua do meu chuveiro, e acende a luz do meu quarto para que eu possa ler e desenhar mesmo qando o sol ja se pôs. Se eu nao gostasse do poste, pararia de fazer uso dele.

Rodrigo de Morais disse...

Definitivamente um Não-poste!
A representação de um poste é totalmente medíocre. o que vem antes do poste é o infinito. cheeeeio de cor. Eu não gosto de postes, mas faço uso de muitos deles.

Anônimo disse...

eu acho que a poesia em si é maior que qualquer poste..
e mesmo que ele ligue este computador para que escrevamos e troquemos idéias através do mesmo, ainda acho o poste um coitado de um poste..
e a poesia, em contexto geral, grande.. a palavra cantada, não-metrificada... errada;;
é assim que eu quero.
errado..
tronxo...
sujo...
e sem postes