sexta-feira, 27 de março de 2009
Filmado em Roma, mostra o rosto de crianças ao assistirem televisão (segundo informações que busquei, assistiam Dumbo, desenho da Walt Disney).
As expressões são singularíssimas.
O diretor (Reggio) fez uma série de documentários (longa metragem) intitulados "Koyaanisqatsi (1982)", "Powaqqatsi (1988)" e "Naqoyqatsi (2002)". Filmes sem atores e sem voz, com uma trilha sonora belíssima e envolvente; mostra aspectos e fenômenos da natureza e das criações humanas, fazendo um entrelaçamento entre o tempo e os acontecimentos. Reggio coloca imagens de um vulcão em erupção após ter mostrado uma nuvem em tempo rápido se moldando em fractais; um metrô em imagem rápida, uma cidade vista do alto com suas luzes e avenidas movimentadas que fazem uma alusão às veias do corpo humano, aos circuitos eletrônicos e impulsos elétricos; um organismo humano semelhante à uma cidade funcionando, à organização das formigas, ao balançar das ondas do mar; o sol nasce e se põe formando uma linha no céu em 2 minutos de imagem rápida. Um carro numa avenida movimentada vista do alto é como uma hemácia deslocada através da corrente sanguínea. As pessoas no mundo são como formigas movimentando-se continuamente num formigueiro em prol da sobrevivência.
marcus.
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3 comentários:
trailer do documentário Koyaanisqatsi (1982):
http://www.youtube.com/watch?v=PirH8PADDgQ
A Expressões de gozo, contemplação, intriga... todos absortos. Belo!
Fiquei viajando quanto ao "pensamento de câmera", que é também isso de idealizar um aspecto mais profundo a um fato presenciado enxergando algo de mais, e adicionando.
ter a capacidade mental, espiritual, de se deslocar enquanto ser presente à uma ótica diferente.
Nesse caso, do "momento desenho" à natureza infantil do ser enquanto estado maior de pureza, ingenuidade. É como se fosse a possibilidade de "refazer" um conto. Refazer um momento
Estruturando-o sob o ponto de vista - no sentido físico da expressão - diferente do presenciado habitualmente. é um pensamento meio fantasma, se é que consegui me expressar bem. enfim...
foi justamente a sacada do Godfrey Reggio, em resgatar a infancia do ser do ponto de vista físico da televisão, mas sob um sentido mais aprofundado. Gosto disso!!! Gostei disso!
muito bom né amigo!
com o poder de registro do presente da câmera, muitos mundos se abrem. só em colocar a câmera diante de episódios o mais cotidiano possível, já se tem um retrato de uma época, de um tempo, de um instante. as expressões quando postas desta maneira em registro crescem de cotidiano à objeto de análise, através do veículo da arte.
pois não consigo deixar de perceber arte nestes rostos pasmos de realidade que estas crianças nos deixaram, sem ter consciência do fato.
e penso sobre isto, sobre criar tal família de imagens, de registros do mundo, das pessoas, das culturas, expressões, instantes, principalmente através destes instantes, parando o tempo, mexendo com o inefável.
vamos amigo, produzir um pouco.
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