Após acordar e se perceber, ou acordar por se perceber desde do sono profundo nas coisas que nem na dita lucidez se afaga e que (incomoda,) a experiência adormecida aprofunda no decorrer temporal da realidade não desperta, eu vejo os entulhos sobre mim, empurro tudo com o corpo e vou movendo sem enxergar o caminho à frente, ao acordar acordo tudo que vive em mim, todos “eus”, todos meus. Perguntei-me se caminho no período da difusa ignorância sobre tudo, sobre as interpretações, sobre as condições, tudo de mim, tudo do outro, tudo da passagem, nada se esmiúça. Ninguém nada me diz porque eu nada indago, eu que inserido num corpo sou a própria pergunta, e quando ouso desfiguro a estética, falho a todos os lados, sendo de mim ou provocado em mim está em mim, e permanece, sou o receptor e o operador dos meus “lixos”; essa bagagem é o acúmulo que me escapa das mãos fazendo um aterro maior para meus olhos, tão útil! Sou (também) o mau-humor porque tenho muitas perguntas com várias respostas, sou frenesi porque as tenho (e por tais), sou a locomoção do espírito. Citações é o que (tudo) é, não sou aqui para ser outra coisa, sou é a mesma coisa com coisas diferentes comum a todos. O acaso, assim também entendo; como reação ao ímpeto das próprias forças invocadas. Esta é a freqüência do instante sobre o momento, como (mais) estes dizeres. Algo que reflete em você agora é indiferente ao que me conduz, e isso é muito bom, do jeito como sou (ou somos) ser entendido a todo instante, sentir-se reflexo, de cá é... Tédio bom é esse que ganha forma com muitas expressões pra não ser taxado numa unidade, para mexer, levar o corpo à outra movimentação que nada pareça nos aspectos como o que talvez seja à base disto, algo que não foi uma música, algo que nada é poético, algo que não tem sorriso nem lágrima, algo que (não) é medíocre, algo que (não) é sincero, sou bem agora só por algo ser e as interpretações só importam sobre a simbologia e o que ela afeta sobre quem ou o que absorve daqui para dentro, estas palavras (não) sou eu, estas dúvidas (não) são minhas, você conjectura minha imagem da primeira vista, mas me assusto mais no espelho que diante de vous, cor.
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por Abelardo Lins de Souza Cavalcante Santos
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
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