"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

terça-feira, 3 de julho de 2007

"O Agir Musical"

Que bom poder compartilhar, ainda mais, nossos pensamenetos e objetivos de vida sem a presença de qualquer forma de restrição.
Aqui transmito um pequeno resumo de um diálogo entre Eu(Victor Ramon) e meu querido amigo Rodrigo Oliveira ,construído com a ousada função de definir o "Agir musical" como uma nova e mais evoluida forma de Expressão humana.

RODRIGO-hei...lembro bem quando tu me apresentou tua bela
coleção clássica, e essa descrição sobre o agir musical
sobre as emoções que nos tem aos prantos, as graças!

VICTOR-É exatamente essa a função que a música deve ter, pois essa forma de comunicação entre as pessoas(incluindo nós mesmos) se tornou, infelizmente, comprimida, no que diz respeito as expressões transmitidas pelos instrumentos musicais, por depender de uma forma de relação vocalizada que facilite a transmissão de certos sentimentos, que acabam limitando as expressões humanas.Eu acredito que o ato de impedir essas limitações emocionais advindas dessa comunicação direta (vocalizada) e a ação de expandir, de forma geral, o caráter emocional dos instrumentos musicais, são nossas responsabilidades diante de uma situação atual de tamanha escassez sensitiva para o Homem.

RODRIGO-condordo, com ardor dos meus anseios, sonorizados, tonalizados transitórios!!!! percebemos aqui por essa interação nossa "facilidade" de se entender e compartilhar determinadas questões, numa certa aptidão do pensar na escrita(tão limitada) sobre as emoções.

"Não sou um compositor que produz obras de acordo com fórmulas de teorias preconcebidas.Sempre senti que a música deve ser a expressão da completa personalidade do autor; não deve ser criada cerebralmente, com medida exata, para adequar-se a certos moldes preestabelecidos".

Rachmaninov.

Tal trecho complementa a definição do "Agir musical".



5 comentários:

Sr. Peixebola disse...

Quando palavras ditas ou escritas não conseguem expressar o que se pretende, os gestos e o olhar falam por si só. Mas a música; a música grita sem palavra alguma; a melodia angustia e arranca sorrisos, cria momentos, modifica ambientes, faz calos nos dedos e entorpece os ouvidos; e, como se não bastasse, sobrevive séculos...

- Marcus

Rodrigo de Morais disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo de Morais disse...

Victor, meu caro. Estes pensamentos meus como resposta do que refletiu em mim da questão levantada por você nasceram nessa conversa. Eles existiam perambulando como sentimentos, e falá-los então, foi gracioso. E exatamente hoje logo quando acordei me peguei pensando sobre essa nossa idéia e formulei meu pensamento mais lapidado até então.
Hoje eu posso falar assim por mim:
“Música para mim é uma busca contínua por uma forma coerente de um traduzir de sentimentos, às vezes a flor da pele, às vezes maior que eu."

Então, está em contanto com você e esse seu novo viés sobre a música, me acrescentou bastante pra clarear pensamentos. Definitivamente, caro amigo não busco mais estatuo algum diante da música, pois ela para mim, independente em ser fácil ou difícil, melódica ou não, séria ou engraçada sai de mim como tradução de um desejo que me toma. No entanto é da mesma maneira que absorvo o que vem de fora. Como você, por exemplo, como baden, como frusciante, por exemplo, como björk, é o que sinto (que seria a "leitura" da tradução sobre suas músicas) que tanto me importo, e me comovo. Não comparo baden e frusciante, não porque não se comparam, muito pelo contrário, mas porque são intensidades outras, vamos dizer, expressões diferentes, a música como recebo é de acordo com o que ela consegue me tocar. Para mim este mundo é paerecido com o raciocino Rachmaninoviano, no entanto como: eu não aceito arquétipos algum, e a única determinação é que se precisa "somente" de uma certa sensibilidade e outros acordes e o que sai é "o produto Final" para os "ouvidos certos". E ressalto, porém, que eu com todo esse idealismo que construí não suportaria aquele "monstro" que se presta diante da bela jovem como um educador a palmatórias de um lindo dom, que na espontaneidade torna-se tão belo, pois (eis uma crítica àquele vídeo).
Ai, eu costumo pensar quando me olho no espelho:
“Música é um limbo onde eu posso correr nu.”
Música “é ter autonomia pra guiar, olhar pra qualquer lado e ter o direito de se esborrachar.”

Unknown disse...

DIVINO!!!

Sr. Peixebola disse...

D´accord, d´accord mon ami. Vous dites mes pensées aussi.
Muitos terminam por mensurar a qualidade musical seja apenas pelo estilo ao qual essa ou aquela música se encaixa, seja pela técnica através da qual é construída. Eu, depois de divagar algum tempo pelas "músicas", me vejo hoje, com uma opinião, nesse campo, que poderia ser muito bem traduzida nessas suas palavras que acabo de ler. Mais uma vez, estamos de acordo. Não que estar de acordo seja bom todo o tempo, é ótimo estar em desacordo. É no desacordo e na discussão que se amadurecem e nascem as idéias e opiniões. No caos pode-se perceber e enxergar um acorde dissonante que conquista os ouvidos e nos leva a escutar essa ou aquela música dezenas, centenas de vezes. Até que num dia, tempos depois, nos pegamos escutando tal trecho daquela velha música e nos remetemos a um passado numa nostalgia viva e carregada de sentimento. Enfim, música é arte, e arte é o que mexe com a parte de nós que não sabemos explicar muito, por mais que cheguemos perto, só conseguimos sentir e usar de metáforas para dizê-lo. Agora, sinto vontade de escutar música...

- Marcus