"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

quinta-feira, 5 de julho de 2007

-- René Magritte --



























"A mente ama o desconhecido. Ela ama as imagens de significados ocultos, desde que desconhecemos o significado da própria mente".

René Magritte


Amantes 1, amantes 2.....

victor ramon:Achei interessante!!!!

3 comentários:

Sr. Peixebola disse...

"Ceci n´est pas une pipe"
Magritte disse "este não é um cachimbo" ao desenhar um cachimbo numa tela. Não se deve confundir o símbolo que faz referência ao objeto com o objeto em si. Seja esse objeto concreto ou abstrato.

Fragmento de texto tirado do livro A Ilha (Aldous Huxley), que trata sobre símbolos e que, por ter lido hoje, achei que seria interessante fazer a relação com o tema "símbolos" ao qual Magritte tanto se refere.

Ao entrar numa sala de aula da 5ª série inferior, na ilha de Pala, o extrangeiro que está conhecendo a peculiar cultura do povo de Pala, escuta o professor falando às crianças:

" - "Os símbolos são públicos", estava dizendo um homem ainda jovem próximo ao quadro-negro, no momento em que Will e Mrs. Narayan entraram na sala. Desenhou uma série de pequenos círculos e os números: 1, 2, 3, 4 e n. "Estes números representam o povo", explicou. Depois, partindo de cada um dos pequenos círculos, desenhou uma linha que os ligava a um quadrado existente à esquerda do quadro-negro. Escreveu um "S" no centro do quadrado. "S é o sistema de símbolos que o povo usa quando quer conversar entre si. Todos falam a mesma língua: inglês, palanês, esquimó, dependendo do local onde vivem. As palavras são públicas. pertencem a todos os que falam uma determinada língua. Estão catalogadas nos dicionários. Observemos agora o que está acontecendo lá fora". Dizendo isso, apontou para uma janela aberta. Sobre o fundo branco de uma nuvem, meia dúzia de ruidosos papagaios voavam em nossa direção e, após passarem por trás de uma árvore, desapareceram no horizonte. O professor desenhou um segundo quadrado do lado oposto do quadro, marcou-o com a letra "A" (para designar "acontecimento") e ligou-o aos círculos por meio de linhas. "O que acontece lá fora é público, ou pelo menos bastante público" - disse ele. "Quando alguém fala ou escreve, isso também é público. Mas as coisas que ocorrem no interior destes pequenos círculos são individuais. Individuais".
Pondo a mão sobre o peito, repetiu:
- Individual. - Friccionou a testa e disse: - Individual. - Tocou as pálpebras e a ponta do nariz com o indicador escuro. - Agora vamos fazer uma experiência simples: Digam a palavra "beliscar".
- Beliscar - disse a classe em uníssono. - Beliscar...
- B-E-L-I-S-C-A-R, beliscar. Isso é uma palavra pública. Todos podem procurá-la no dicionário. Mas agora quero que vocês se belisquem. Com força! Com mais força!
Com um acompanhamento de risos, de "ais" e de "uis", as crianças cumpriram a ordem que lhes foi dada.
- Pode alguém sentir aquilo que o seu vizinho está sentindo?
Seguiu-se um côro de "nãos".
- Parece que embora haja... Vamos ver quantos somos? - disse o professor correndo os olhos pelas carteiras à sua frente. - Parece que houve vinte e três dores diferentes e independentes. Vinte e três somente nesta sala. Quase três milhares de milhões em todo o mundo, sem acrescentarmos as dores de todos os animais. Cada uma delas é estritamente individual. Não há nenhum modo de transferir a experiência de um centro da dor para outro. Nenhuma comunicação a não ser indiretamente, através do "S". Dizendo isso apontou para o quadrado á esquerda do quadro-negro e depois para os círculos do centro. Dores individuais aqui em 1, 2, 3, 4, e n. Notícias a respeito de dores individuais em "S", onde você pode dizer "beliscar", que é uma palavra pública, catalogada no dicionário. Prestem atenção a isso: exige somente uma palavra pública, "dor", para designar os três milhares de milhões de experiências individuais, embora cada uma delas possa diferir tanto da outra quanto o meu nariz difere do de vocês, e como o nariz de cada um de vocês do nariz do outro. Uma única palavra define coisas e acontecimentos que pela sua natureza se assemelham entre si. Esta é a razão pela qual a palavra é pública. E, sendo pública, é impossível que abranja todas as múltiplas variantes de um mesmo acontecimento."

Sr. Peixebola disse...

- Marcus.

Rodrigo de Morais disse...

"-- René Pow velho --"