"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Richard Wagner : "O Drama musical como forma de Expressão"


Independente de suas posições políticas voltadas para o nazismo e de seu caráter extremamente autoritário e nacionalista, Richard Wagner sempre viu a música como um meio de manifestar estados emocionais e psíquicos e, encontrando no drama musical seu veículo ideal de expressão, compôs um número muito restrito de obras puramente instrumentais ou sinfônicas. A criação, o desenvolvimento e a influência da arte de Wagner só podem ser compreendidos se se aceitar que ele não foi simplesmente um compositor, mas um compositor de dramas musicais. E sua arte grandiosa, sutil e refinada faz apelo à psicologia, ao símbolo e ao mito. Sua tentativa bem-sucedida de conseguir a máxima profundidade, sutileza e rigor na expressão dramático-musical de sentimentos resultou em profundas transformações da técnica composicional, principalmente das óperas, que afetaram de forma significativa boa parte do desenvolvimento musical posterior.Toda a teoria contida nos tratados sobre o drama musical que Wagner escrevera, está exemplificada, em sua forma mais pura, no ciclo do Anel dos Nibelungos. Este é unificado por um sistema de "leitmotifs" (motivos condutores), espécie de refrões de harmonia e melodia, cada qual simbolizando uma pessoa ou idéia em particular, que se entrelaçam na textura musical para permitir que a platéia veja cada ação, ouça cada declaração, em seu contexto dramático e psicológico.O Anel dos Nibelungos, obra com 18 horas de música é constituída por quatro óperas interligadas: O ouro do Reno, A valquíria, Siegfried e O crepúsculo dos deuses.

"O sensualismo e a densidade de sua linguagem, bem como o movimento contínuo, são características que mais desconcertaram seus contemporâneos. Wagner renunciou à música dita absoluta para descobrir um absoluto maior e mais fascinante. Abandonou formas estabelecidas a fim de criar a unidade fundamental da obra, na qual cada momento funde-se com o seguinte e os motivos se metamorfoseiam de acordo com o contexto".(citação de Pierre Boulez).

se entorpeçam com suas belas obras!!!

Victor Ramon.

2 comentários:

Rodrigo de Morais disse...

Eu quero uma música para morrer...
e me sentindo evacuando daqui como
uma canção ao vento, seria um sonho, sonho como o que sou ainda. Eu poderia acolher todos no meu coração ao som da melodia quando me toca a alma, entrelaça com um calafrio minha superfície e dilata a janela de meu caldeirão de sentimentos. Veio a música e me trouxe cor à euforia, à calma, à dor, e reforçando minha existência difusa, me enlouquece quando acaba, nada mais justo.

Gilson disse...

Wagner é um fodinha... é nesta hora que eu muito bem sei separar a obra artística da concepçao filosófica... apesar do íntimo de sua obra revelar um elo entre um e outro. Nem por isso ele deixa de ser um fodinha.