"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

domingo, 5 de agosto de 2007

Foi um dia ou um momento (já nem lembro).


Ao longo deste dia eu fui penetrando nas entranhas das dúvidas em harmonia, escutando rumores e inferências; “A vida não é bela!”, “Você vive sonhando!”. A vida é colorida, e minha visão sobre as sombras (e coisas) é idílica. Venha você e me diga o contrario. Aponte-me seu horizonte. Fale-me de suas verdades que eu dito o que serve (e o que serve para outros) sobre minha percepção. De um desejo prematuro, fui buscar algo; num sei de quê! Num sei pra onde! Voltei para meu lar, o desejo transformou-se. Eu queria um retrato, o momento me fez cambalear, e entre lá e cá meu propósito foi reparar numa visão circular a mesma paisagem (e “para sempre mudar com a mesma paisagem”.), que belo (foi)! Meu coração é muito pequeno para tanto sentir, às vezes sinto num dia a necessidade de me omitir, pois para cada vislumbre quase nunca consigo evitar como uma ímã ou sucção, as energias para cada percepção que dão tom e ritmo nos passos e tropeços do moinho corriqueiro. Olho para outro que colide com minha conjuntura tão invisível ao tato, tão sensível ao sentir, percebo um pesar em não (poder) compartilhar, existem energias quem me induzem para um caminho que não pertenço, pode ser agora pode ser depois, eu sinto! Somente caibo em mim mesmo ante ao que me diz meu coração, sou alegre e triste, sou as duvidas em (e ou) algumas “razões”. No descompasso da alegria sou a tristeza que meu coração faz demanda, o mesmo na tristeza faz o ímpeto que pulsa do coração. Confundo tudo, sim! E por muitas vezes me pego somente (para não dizer o que é para além) no momento, momento para mim é pseudônimo de vida, essa que é você (os cachorros de rua) e as plantas. Ah, as plantas (sempre mais bela que eu). E no caos sou o descompasso ritmado, meu caos é pequenino, meus pensamentos são tridimensionais, e nessa de pensar saio do mundo e me enxergo ainda mais (muito mais, tão) pequenino. Sou invisível. Tanto quanto “voser” ou, (e) vou ser cada vez mais pra de tanto ser, ser nada, como cores para nascer, como o vento e os pensamentos para os que ficam e faz memória ou talvez ainda em mim em outra forma, talvez sem forma... De vez em quando sinto minhas características sérias, e calado, solto gargalhadas de mim mesmo. Como um louco, sou louco. De tanto criar e criar como seres “pensantes”, dizemos: Veja, a loucura do homem. Olha, na realidade...
Na realidade, pesemos irmãos, quem dita e concebe solidifica tanto quanto quem nada dita, quem "nada percebe". (Notório) Mas somos energias em um conjunto que se divide, que se rejeita, que se estranha para matar, que suga energia mais, sempre mais, de outros que buscam e buscam, mais, e o papel de Deus é descarregado no caos, no ardor de não sentir (e acabar vetado) do vento, da chuva e do sol, da paisagem da busca, se faz da busca algo menor para o prometido. A felicidade para as ordens (e sombras) de deus está depositada no amanhã, pois: “Sei não, Deus é quem sabe todas as coisas. Vamos ver no que dá”.Para cada rua livre há tanto mais que não podemos ver (se assim escolhermos), ai deus é para mim também. Não há cidade, não há rua, não há destino, não há ordem. Não canse de se revelar sobre si até que a morte seja mais uma delas. Sou a passagem (o momento), e você é à sombra do sol e da lua (as pessoas) nas cores. Venha com deus ou sem ele, apenas me abrace. (Para não dizer o que é para além)

josé de alcântara

Um comentário:

Anônimo disse...

Especial; para onde quer que vá (seja o que for) o que percebo donde meus desejos apontam, como uma longa tira espessa, de tons variantes, são suas formas. Tudo depende do que combina que sai da mente e o que proporciona o momento, em conseqüente o ambiente. Que espécie de vida distorce tanto para chegar à satisfação (e por que a satisfação)? Essa unidade em singular, contrasta indiferentemente das demais formas. Entre esses disfarces esotéricos das faces e corpos que vai do útil ao avesso constrói para si somente, e as causas giram em torno de tais, a todo instante (que pobre somente isso). Vulnerável; (eis que sois) de dentro para fora, ou o que (me) penetra e invoca as reações são como (somos como) porcelanas num transparente espaço sustentado por galhos secos. Somos visíveis somente para nós (você e eu), é nessa que digo que as demais estruturas animadas nos percebem por interpretações qualquer que queira para definir, mas certamente não a nossa, o que você vê em mim deposita na interpretação do acúmulo que criamos quando interagimos, quando nunca nos cruzamos você supõe diversas projeções do que eu seria, pelos meus “vestidos”, pelo tom de voz, pela suas experiências, e nunca difere. Quando num determinado momento preenchi da maneira mais adequada minha relação com os cachorros (não somente), desde de lá venho me entendendo cada vez mais (uma interpretação saudável sobre o que digo me custa ser raro, sou caro então), sobre expressão, sobre ser sentido ou não, sobre ser diferente e ser de igual para igual, há tanto para se difundir no caldeirão sombreado e na claridade confusa que acreditar somente em você e eu se torna muito medíocre. O zero e os zeros por mais espalhados que estejam estão sempre juntos no que pede (e depende de) um olhar mais profundo. Resumir soa e caçoa com ignorância o que não pertence. Não sou de resumir, sou de ser aos poucos para ser algo mais sensível, ou que sugue mais atenção (para uma compreensão mais próxima). Não sou eu amanhã porque amanhã estarei resumindo, mas serei amanhã o de hoje graças à ontem. Não me contenho, não sou palavras, sou sentimento. Não sou confusão, sou esmiuçado. Não sou homem, sou os dois. Sou qualquer coisa! Ardor: existência até torna-se goteira, posteriormente somente poeira