"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero."
Antonin Artaud

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

descanso.

canso.


precisa-se eh de

acordar com um copo de água fria

na cara

pra dar ânimo de funcionar plenamente.


parece que de tanto pensar em fazer,

já não se faz nada.

parece que de tanto pensar,

já nem se pensa mais.


já nem se faz mais.


houve uma época em que se fazia,

porém, não o pensava.

outra em que se pensava,

mas não o fazia.


agora faz-se sem pensar e pensa-se sem fazer.


só meu corpo está lá, quente, vivo, molhado.

mole, mexe.

mas eu, preocupado (em vão).

frio, frouxo.


quero mudar de casca mais uma vez.

mudar de casa, mudar de mala.

essa mutação me mata,

mas é dela que eu vivo.






marcus T.

3 comentários:

Rodrigo de Morais disse...

"agora faz-se sem pensar e pensa-se sem fazer." Me identifiquei sem muito pensar, plenamente. é a alma do sujeito, já fora do prazo, que cansa o sujeito sempre fora do prazo, o sujeito sou eu, a alma se atrela mas faz-se por transcedencia. O sujeito levanta-se todo dia e abre seus olhos paralelo a um cyborg de ficçao científica, o esforço é esquecer a alma já suja e dá margem aquela em latencia. em... Parei! de fazer e pensar!

Anônimo disse...

Precisa-se urgentemente começar a sentir.

Gilson disse...

Porra, marcus! que poema mais lindo! Eu vivo estas palavras e elas mergulham dentro de mim. Abraço seu poema com amor, amigo!